Curiosidades sobre O livro da selva que Baloo não nos ensinou

As histórias de O livro da selva foram originalmente publicadas na forma de contos entre 1893 e 1894. Rudyard Kipling começou a escrevê-las quando sua esposa esperava a primeira filha do casal, em 1892. Eram fábulas com o intuito de ilustrar lições morais que queria passar à criança, com os animais fazendo o papel de professores.

 

Josephine Kipling aos quatro anos de idade.

 

Josephine ganhou um exemplar cuja dedicatória dizia: “Este livro pertence a Josephine Kipling, para quem seu pai o escreveu. Maio de 1894”. Josephine morreu de pneumonia aos seis anos de idade, uma perda que da qual Kipling nunca se recuperaria.

 

Elsie, Carrie, Rudyard e John Kipling

Muitos acadêmicos atribuem significados políticos à obra, devido a época em que foi publicada — e por Kipling ser um inglês nascido na Índia, onde viveu por 12 anos.  Apesar disso, suas grandes obras foram escritas em Vermont, Estados Unidos, onde morou por quatro anos.

As edições originais de The Jungle Books e The Second Jungle Book

 

O termo “Seoni” (Seeonee, cidade do estado indiano de Madhya Pradesh) aparece diversas vezes no livro, sugerindo que a selva retratada se localiza na região central da Índia. Curiosamente, Kipling nunca esteve nessa região.

 

Rudyard Kipling foi laureado com o Prêmio Nobel em 1907, pela composição de suas narrativas.

 

A primeira edição de O livro da selva continha ilustrações feitas pelo pai do autor, John Lockwood Kipling.  Além disso, ao final de todos capítulos há um poema, criado para resumir a moral de cada conto.

Ilustração-título de John Lockwood Kipling para o conto Toomai dos elefantes.

 

Quase todos os nomes de personagens foram baseados em palavras híndi, ou fruto de misturas de idiomas falados no subcontinente indiano. Bagheera, o leopardo negro, tem seu nome baseado em bāgha, que significa tigre. Baloo é inspirado pela palavra bhālū, que descreve algumas espécies de ursos indianos. Já Shere Khan tem duas origens distintas: shere ou shir, quer dizer tigre ou leão nas línguas persa, urdu e punjabi; khan pode ser traduzido como soberano, rei ou líder militar em várias outras línguas de influência mongol, como pashto.

Mowgli foi uma palavra completamente criada por Kipling, mesmo que dentro do universo do livro seu significado seja “rã”. Segundo ele, sua pronúncia correta seria “mau-gli”, pois a sílaba “mow” teria o mesmo som de “cow” (vaca, em inglês).

Cena do filme The Jungle Book, da Warner Bros, dirigido por Andy Serkis.

 

Robert Baden-Powell, criador do escotismo, pediu pessoalmente licença a Kipling para usar nomes e símbolos de O livro da selva no movimento que estava iniciando. Além de inspiração para atividades, o nome Akela (o lobo mentor de Mowgli) é usado até hoje para designar o chefe dos Lobinhos, escoteiros de até dez anos de idade. Akela quer dizer solitário ou sozinho em híndi.

 

O Manual do Lobinho, escrito por Baden-Powell.

 

O sucesso de O livro da selva foi tão grande em seu lançamento que uma continuação foi publicada já no ano seguinte. O segundo livro da selva, apresenta mais cinco histórias de Mowgli e outras fábulas com animais e lições de moral.

A Disney adaptou pela primeira vez a história de Mowgli em 1967. Em 2016, uma versão live-action 3-D foi lançada antes da versão que Andy Serkis estava desenvolvendo para os estúdios Warner. Agora, o filme de Serkis será lançado pela Netflix em outubro de 2018. Veja os trailers da Disney e da Warner:

 

<iframe width=”560″ height=”315″ src=”https://www.youtube.com/embed/HcgJRQWxKnw” frameborder=”0″ allow=”autoplay; encrypted-media” allowfullscreen></iframe>

 

<iframe width=”560″ height=”315″ src=”https://www.youtube.com/embed/1c6NcPDwCPg” frameborder=”0″ allow=”autoplay; encrypted-media” allowfullscreen></iframe>