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Lewis Carroll (1832-1898), pseudônimo de Charles Lutwige Dogson, foi matemático, poeta, filósofo, inventor e fotógrafo, em uma época em que a fotografia ainda era uma novidade. Gago desde a infância — problema que ele chamava de “hesitação” — e por toda a vida adulta, alguns de seus biógrafos dizem que só conseguia falar normalmente com crianças — meninas apenas, pois odiava meninos. Adulto, tinha fortes enxaquecas, que os médicos da época diagnosticaram como epilepsia.
Sua obra mais famosa foi inspirada em uma menina real, chamada Alice Lidell, filha de um amigo e colega, professor de Harvard. Em um passeio, contou a ela uma história improvisada sobre uma menina que vivia uma aventura embaixo da terra. Muito se comentou sobre a menina Alice ser um amor platônico de Carroll, que nunca se casou. De qualquer maneira, nuncahouve qualquer indício que tais boatos fossem verdadeiros.
Típico homem vitoriano, era fascinado pela nobreza e propenso ao esnobismo. Reprovava a indecência em todas as suas formas, no dia-a-dia e nas artes. Talvez como fuga à própria rigidez, tenha criado um mundo tão fantástico, que alguns acadêmicos também classificam como a visão infantil do mundo adulto — afinal, os personagens só dizem coisas confusas e parecem todos loucos. Como disse Martin Gardner: “O último nível metafórico nos livros de Alice é este: que a vida, vista racionalmente e sem ilusão, parece ser uma história disparatada contada por um matemático idiota”.
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